quinta-feira, 10 de março de 2011

8 de Março: estamos vencendo

Luciano Siqueira *


É sempre assim: datas que marcam a persistência e a renovação de uma bandeira de luta dão enseja a manifestações de todo tipo, sobretudo de protesto. Na última terça-feira, no Brasil (em pleno carnaval) e no mundo inteiro celebrou-se o Dia Internacional da Mulher com punhos cerrados, bandeiras erguidas e vozes altivas. Vivemos ainda num mundo de desigualdades em que a opressão de gênero assume múltiplas faces e continua fortemente entranhada nas relações humanas. Tem força cultural e ideológica milenar.

Mas é certo também que nas últimas décadas muitas conquistas têm sido alcançadas em favor da igualdade. Em fóruns internacionais, no âmbito institucional e na vida prática. Então é preciso alevantar o punho cerrado e na outra mão conduzir uma rosa vermelha que simbolize, a um só tempo, o protesto e a conquista, a revolta e a esperança. Uma rosa vermelha e um sorriso nos lábios: estamos vencendo.

Em nota do seu Comitê Central, o PCdoB assinala que a eleição da presidenta Dilma representa “a vitória de um projeto político das forças políticas democráticas que depositaram suas esperanças na capacidade de uma mulher fazer avançar as transformações iniciadas no governo do ex-presidente Lula e, que também, aponta para a superação de preconceitos e discriminações”. Acrescenta que o protagonismo das mulheres é fator decisivo para fazer vingar um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento e que é necessário “superar a subestimação da presença das mulheres em postos de poder, como condição para a construção de uma sociedade mais democrática, criando condições para que a mulher se realize enquanto sujeito emancipado”.

Corretíssimo! A opressão de gênero anda de braços dados com a exploração e a opressão de classe que no capitalismo assume contornos tão nítidos quanto a luz do dia. Uma não se superará historicamente sem a outra. Então, não há como separar, por exemplo, a luta por salários e direitos trabalhistas da questão de gênero, assim como a conquista do verdadeiro poder reclama mais e mais presença feminina em postos de destaque na esfera política.