quarta-feira, 26 de julho de 2017

69 anos de luta, viva a UBES

Hoje a UBES - União Brasileira dos Estudantes Secundaristas completa 69 anos. 69 anos de luta e muita garra.
Falar da UBES é falar de luta, de coragem, do Brasil, dos estudantes, de alegria, de movimento estudantil, é falar de revolução.
Para falar da UBES nada melhor do que falar com os secundaristas, que constroem essa entidade enorme que nos representa. Com esse objetivo falamos com algumas pessoas que compõem nossa diretoria sobre como elas se sentem em relação a UBES, confira:

COMO VOCÊ SE SENTE EM RELAÇÃO AO MOVIMENTO SECUNDARISTA E A UBES?
"Eu nem sei descrever o que sinto pela UBES, é uma paixão, orgulho... são muitos anos de luta. A UBES me traz esperança, com 69 anos a UBES vem defendendo politicas efetivas, lutando pelos nosso direitos. Toda a experiência que tive com a UBES foi maravilhosa. Ir no ENG da UBES foi um sonho, conversar com secundaristas de todo o Brasil, e ver que temos pautas parecidas, ver o tamanho da nossa esperança e ver que juntos somos mais fortes." (Francielle Silva Dos Santos; Sec. Organização, Diretora Secundarista)

"Pra mim o movimento secunda é a esperança, bota fé.. A esperança de um mundo novo, é ver que ainda temos esperança de não viver como nossos pais.
Ser secundarista e lutar por um mundo diferente é magnífico, olhar nos olhos de cada secunda e ver a luta o brilho do orgulho de lutar por um mundo melhor.
A UBES é a representação maior de amor por um mundo melhor.. é onde podemos encontrar a esperança de dias melhores." (Diee Silva; Presidenta)

"Quando eu penso em como me sinto em relação ao movimento estudantil secundarista me vem na cabeça sonhos. O sonho de mudar a realidade das nossas escolas. Felizmente foi dentro do movimento estudantil que eu pude conhecer a luta de milhares de estudantes que assim como eu construíram grêmios, ocuparam suas escolas e resistem todos os dias aos sucateamentos dos governadores tucanos. E é na luta também que eu encontro quem eu sou.
Portanto, falar de movimento secundarista é falar da União Brasileira de Estudantes Secundaristas! É lembrar com muito orgulho dessa entidade combativa que há 69 anos se põe na luta contra a retirada de direitos, por uma educação pública, de qualidade e emancipadora. Tenho certeza que daqui pra frente não vai ser diferente, seguiremos lutando contra o desgoverno do Michael Temer, do projeto Escola Sem Partido, Reforma do Ensino Médio e todos as medidas retrógradas que estão sendo postas por uma elite conservadora que não tem compromisso com a educação do nosso país." (Fabyana Silva; Diretora Universitária)

"Nesses 69 anos de UBES é inquestionável o grande papel que ela teve na vida das e dos estudantes. Chega até ser meio clichê falar isso, mas realmente, desde a sua fundação, a UBES lutou e vem lutando por uma educação pública, acessível e de qualidade. E acredito que seja extremamente importante que todas as escolas, todos os municípios saibam que ali existe uma UBES, UMES e que ela irá lutar contra o autoritarismo de diretores que muitas vezes impossibilitam atividades do grêmio, que os estudantes tenham direito ao passe livre pra não terem acesso apenas a escola, mas também a esportes e lazer, que meninas e LGBT's não sejam mais oprimidos e vítimas de machismo, racismo e lgbtfobia nas escolas. Nesses 69 anos de UBES é importante lembrar de toda sua trajetória de lutas que conquistou e levou milhares de jovens às ruas e que hoje faz dessa geração mete o loco que ocupa o que for preciso para (re)conquistar o que querem." (Elisangela de Sá; Diretora Feminista)

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Quando a intenção do (des)governo é privatizar a universidade

A Reitoria da Universidade Estadual de Maringá comunica a comunidade universitária que, em razão da não liberação de orçamento pelo governo do Estado, a UEM está sem condições de empenhar qualquer tipo de despesa para as atividades do ensino, pesquisa e extensão
A instituição não tem dinheiro para pagar as bolsas dos alunos de graduação, pagar as bolsas aos estudantes indígenas, empenhar qualquer material de consumo, pagar os serviços prestados por empresas, comprar rações para os animais, alimentos servidos no Restaurante Universitário, kits de reagentes para o Lepac (laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas) e insumos utilizados em outros laboratórios, e impossibilitada de fazer a manutenção de equipamentos, bem como adquirir novos equipamentos para desenvolver projetos internos, tanto de prestação de serviços ou de ensino.

Os recursos usados para estas despesas são oriundos da fonte 250, gerados pela própria universidade. Para o reitor Mauro Baesso, "é uma situação insustentável e pode levar ao fechamento da Universidade". A Reitoria vai agendar uma reunião com o governador Beto Richa para discutir o assunto.

O reitor convocou o Conselho de Administração (CAD) para uma reunião que ocorre, amanhã (2), às 9 horas. A pauta, única, será a discussão sobre as restrições orçamentárias impostas pela Secretaria de Estado da Fazenda às universidades públicas estaduais.

terça-feira, 7 de março de 2017

8 de março - Dia de luta

    Dias das mulheres? De quais mulheres?




Amanhã é o dia das mulheres. Dia esse em que muitas mulheres recebem rosas e parabéns por serem mulheres. Por serem a mulher. Por representarem o papel de mulher que nos esforçamos para ser, mas que jamais seremos. E, parafraseando Butler, pergunto de quais mulheres falamos no dia das mulheres. Não estou falando de promoções de farmácia, rosas ou qualquer coisa parecida. Já deixamos claro aqui que dia 8 de março é um dia de luta.
Afinal, que imagem de mulher passa pela sua cabeça quando pensamos no sujeito mulher? Para os padrões normativos do que é ser mulher, existe apenas uma imagem: branca, hétero, cis, sem deficiência, magra, classe média ou rica, que mora na cidade, faz faculdade. Provavelmente não vou conseguir colocar tudo o que representa essa imagem da mulher. São as pegadinhas da identidade.
E como uma mulher deve ser? Doce, inteligente (mas, nem tanto), livre (mas, nem tanto), descolada, romântica, simpática  e a cereja do bolo: se dar o respeito. As mulheres das capas de revista não existem. Essa imagem da mulher não existe. Existe, sim, uma pluralidade de identidades. Não existe uma identidade única de mulher, mas, várias identidades que acompanham uma delas que é mulher. 
Por isso, hoje quero tentar falar de todas as mulheres. Tentar falar de todas as mulheres não significa falar pelas mulheres. É muito mais uma tentativa de não pensar em uma identidade universalizante de mulher. Mas, falar por todas elas? Jamais. Aliás, nem dá para falar por todas elas. O objetivo é falar dessas mulheres que para muitas pessoas não existem e que fazem da vida sua própria existência e resistência.
Quero falar das mulheres negras, das indígenas, das mulheres que não são brancas. Das mulheres com pênis, de seios siliconados, das que não tem seios, dos seios pequenos, dos seios grandes, dos seios. Das mulheres que não tem vagina, não tem útero, não tem ovário, por diversos motivos e não apenas por um único. Das mulheres lésbicas e das bissexuais. Das mulheres que se relacionam com outras mulheres, que amam outras mulheres, que se apaixonam por outras mulheres. Daquelas que gostam de homens e de mulheres, não porque estão confusas, mas porque gostam. Das mulheres prostitutas, daquelas que gostam de ser prostitutas e daquelas que estão ali por  outros motivos que não cabe julgamento algum. Das mulheres que moram no campo, no sertão, fora da cidade. Das mulheres pobres, das marginalizadas, daquelas que fingimos não ver.
E, mesmo tentando fala de todas as mulheres, sempre esquecerei de uma ou de todas. Nesse dia das mulheres eu desejo luta, resistência e existência à todas as mulheres e suas identidades que atravessam o ser mulher.