Estudantes protestam na capital baiana contra os aumentos abusivos na tarifa dos ônibus.
“Vamos botar João para fora, os estudantes já decidiram: João, pior Prefeito do Brasil!”. Esse e outros tantos gritos de luta, força e motivação foram entoados pela cidade de Salvador por dois dias consecutivos. O ano de 2011, que para quem acredita é o ano de Mãe Ogum – trazendo ano de realizações, organização e sucesso -, começa o seu primeiro dia útil com cerca de 400 estudantes paralisando o trânsito na Rótula do Abacaxi até a Estação Iguatemi, protestando contra o aumento da tarifa dos ônibus da cidade de R$ 2,30 para R$ 2,50. Intitulado Revolta do Buzu 2011, o movimento organizado por estudantes de diversas entidades como a UNE, UBES, ABES, CUCA e UEB está mobilizando a população soteropolitana a não mais aceitar os absurdos do mandato do nosso até então prefeito João Henrique.
No dia 3 de Janeiro, o Movimento paralisou por 40 minutos a Estação da Lapa e de lá seguiram no que chamamos de Passe Livre (entrar pela porta da frente do ônibus e não pagar a passagem) para a Rótula do Abacaxi. Por quatro horas e meia, nova paralisação tomou conta da Rotula até a Estação Iguatemi onde também fizeram o Passe Livre para toda a população que estava ao aguardo dos ônibus. No segundo dia do movimento, 4/01, as atividades se repetiram.
Os estudantes apresentaram uma pauta de reinvidicações:
- Redução da Tarifa para 2,30 e congelamento desta por mais 2 anos;
- Reativação do Conselho Municipal de Transporte com participação paritária da Sociedade Civil;
- Aumento e regulamentação dos postos de recarga e fim da taxa de revalidação SalvadorCard;
- Transformação da Estação da Lapa em Transbordo;
- Transporte Público 24 Horas.
- Reativação do Conselho Municipal de Transporte com participação paritária da Sociedade Civil;
- Aumento e regulamentação dos postos de recarga e fim da taxa de revalidação SalvadorCard;
- Transformação da Estação da Lapa em Transbordo;
- Transporte Público 24 Horas.
A agenda da Revolta do Buzu segue agitada durante essa semana:
Quinta-feira - 06/01 - 12h - Praça da Inglaterra
Ato público com passe-livre
Assembléia aberta logo depois (rediscussão da carta ao prefeito como ponto de pauta)
Ato público com passe-livre
Assembléia aberta logo depois (rediscussão da carta ao prefeito como ponto de pauta)
Sexta-feira - 07/01 - 13h - Campo Grande à Prefeitura.
Ato público
Abaixo, segue o manifesto publicado pelo Movimento.
Ato público
Abaixo, segue o manifesto publicado pelo Movimento.
Aos estudantes e à população de Salvador
Estudantes de Salvador, reunidos em fóruns de mídias sociais na internet e organizados em reuniões presenciais realizadas desde o dia 29 de dezembro vêm a
público se posicionar sobre os seguintes fatos:
1- João Henrique Barradas Carneiro, Prefeito de Salvador, nunca cumpriu o compromisso firmado pelo poder público municipal em 2003 de reativar o Conselho Municipal de Transporte com participação paritária entre sociedade civil, Câmara Municipal e Prefeitura. Este Conselho seria responsável pelo debate da tarifa, entre outros temas relacionados à mobilidade urbana.
Estudantes de Salvador, reunidos em fóruns de mídias sociais na internet e organizados em reuniões presenciais realizadas desde o dia 29 de dezembro vêm a
público se posicionar sobre os seguintes fatos:
1- João Henrique Barradas Carneiro, Prefeito de Salvador, nunca cumpriu o compromisso firmado pelo poder público municipal em 2003 de reativar o Conselho Municipal de Transporte com participação paritária entre sociedade civil, Câmara Municipal e Prefeitura. Este Conselho seria responsável pelo debate da tarifa, entre outros temas relacionados à mobilidade urbana.
2- Novamente, o prefeito escolhe o período das férias de verão nas redes pública e particular de ensino, pois sabe que as/os estudantes não aceitam o reajuste sem a devida discussão da relação entre custo e qualidade do transporte de Salvador e do impacto que o reajuste tem sobre as condições de vida das famílias que o utilizam. O prefeito, assim, utiliza-se de um artifício covarde, acreditando ingenuamente que o recesso escolar impedirá as mobilizações estudantis;
3- A falta de coragem de João Henrique e o desrespeito ao voto de confiança dado pela população de Salvador nos anos de 2004 e 2008, o fez afastar-se da responsabilidade de decretar o aumento da tarifa dos ônibus, delegando a árdua tarefa ao Secretário Municipal de Transportes e Infraestrutura Euvaldo Jorge. Este, por sua vez, fez o que o chefe não teve a hombridade de assumir: aumentou valor da tarifa para R$ 2,50 a partir de 00h do dia 02/01/2011. Mesmo com todos os artifícios de João Henrique para se esconder, as/os
estudantes ainda veem os dedos do prefeito nos atos que levaram ao eajuste da tarifa. E junto a essas digitais escorregadias, a perícia identifica a marca inconfundível da submissão do poder público municipal aos empresários do transporte urbano. Uma prefeitura que desde seu primeiro mandato, iniciado em 2005, vem priorizando as grandes empresas de transporte, e esquecendo-se da população trabalhadora, estudantil, que passa horas e mais horas amontoados dentro de uma frota precarizada e reduzida de ônibus, que são desconfortáveis e inseguros.
estudantes ainda veem os dedos do prefeito nos atos que levaram ao eajuste da tarifa. E junto a essas digitais escorregadias, a perícia identifica a marca inconfundível da submissão do poder público municipal aos empresários do transporte urbano. Uma prefeitura que desde seu primeiro mandato, iniciado em 2005, vem priorizando as grandes empresas de transporte, e esquecendo-se da população trabalhadora, estudantil, que passa horas e mais horas amontoados dentro de uma frota precarizada e reduzida de ônibus, que são desconfortáveis e inseguros.
A capital baiana é uma referência de resistência e luta. Historicamente, obtivemos inúmeras vitórias fruto das mobilizações. Quando se fala de mobilização contra o aumento da tarifa de ônibus em Salvador, todos se lembram da histórica “Revolta do Buzu” em 2003. A cidade foi constantemente paralisada durante mais de um mês, e esse movimento foi capaz de colocar nas ruas mais de 40 mil pessoas, espalhadas pela cidade. Esse movimento foi o ponta de lança de várias mobilizações contrárias a essa política autoritária e antipopular desta prefeitura, que aumentou sucessivamente a tarifa ao longo de sua gestão, como em 2007, 2009, e 2010. Agora, em 2011, é hora de dar um basta a essa política que limita o direito da população soteropolitana à cidade.
Se a passagem ficou cara, os/as estudantes, os/as trabalhadores/as, e toda a sociedade, mesmo em férias, não vão deixar barato. Não vamos ficar de braços cruzados. Estamos nas ruas!
Se a passagem ficou cara, os/as estudantes, os/as trabalhadores/as, e toda a sociedade, mesmo em férias, não vão deixar barato. Não vamos ficar de braços cruzados. Estamos nas ruas!
Movimento “Revolta do Buzu 2011”
Por Hellen Cristhyan, Coordª do CUCA da UNE/BA e Coordª de Universidades Públicas da UJS