É preciso a assinatura de cinco vereadores para a criação da comissão. Ideia é fiscalizar os recursos pagos às prestadoras de serviços do município. Em janeiro, funcionária de uma clínica foi afastada acusada de desviar mais de R$ 1 milhão
09/02/2011 | 09:35 | Fábio Guillen
A oposição da Câmara de Vereadores de Maringá quer criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Secretaria Municipal de Saúde . O vereador Humberto Henrique (PT) apresentou, durante sessão desta terça-feira (9), uma solicitação de serviço para a abertura da CPI. O objetivo é investigar as prestadoras de serviços da Secretaria de Saúde, como hospitais e clínicas.
A ideia da oposição em fiscalizar a Secretaria de Saúde de Maringá surgiu logo após uma servidora municipal ter sido exonerada do cargo acusada pelo Ministério Público (MP) e pelaPolícia Federal (PF) de ter desviado mais de R$ 1 milhão em verbas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a denúncia, ela e uma clínica contratada pelo município superestimavam o número de exames que a empresa realizava e o valor era pago pela Secretaria de Saúde.
“No ano passado, os gastos com prestadoras de serviço chegaram a quase R$ 80 milhões. Na secretaria, tem uma auditoria que faz esse serviço, mas é preciso fiscalizar para que não haja pagamentos indevidos e desvio de verba”, diz Henrique.
“Vamos fazer levantamento de tudo o que foi pago e do que foi realmente foi executado em 2009 e 2010. Só assim vamos saber se não há outros problemas que a auditoria da Saúde não encontrou”, explica Henrique.
“Precisamos de apenas mais uma assinatura e penso que a bancada médica da Câmara vai apoiar a solicitação e, nesta quinta, já teremos uma CPI montada”, disse o vereador.
Secretário de Saúde apoia a criação da CPI
O secretário de Saúde de Maringá, Antônio Carlos Nardi, contou que a Saúde já fez essa auditoria com todas as prestadoras de serviço, mas, caso a Câmara queira fiscalizar novamente, terá o apoio do município.
“Estamos a disposição do legislativo para o que quiserem investigar. Cabe a eles investigar. Só relembrando que o caso da servidora e da clínica foi nossa própria auditoria que descobriu e entregou o caso ao MP.”
A CPI já conta com a assinatura dos vereadores da oposição Humberto Henrique (PT), Mário Verri (PT), Marli Martin (DEM) e Manoel Sobrinho (PCdoB).
