Cerca de 15 mil trabalhadores metalúrgicos participaram, na manhã desta quarta-feira (9), de paralisações organizadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes pela correção da tabela do Imposto de Renda, pelo aumento do salário mínimo para R$ 580 e por aumento real para as aposentadorias e pensões de valor acima do mínimo. As manifestações foram convocadas diante da falta de um acordo com o governo sobre estas reivindicações.
“A luta em defesa destas bandeiras dos trabalhadores, agora, está nas ruas. Vamos ampliar as manifestações, junto com outras categorias, para mobilizar os trabalhadores e pressionar o governo e o Congresso Nacional até o atendimento dessas reivindicações”, disse Miguel Torres, presidente do sindicato e vice-presidente da Força Sindical.
Segundo Miguel, “o país só entrou no trilho do desenvolvimento quando ouviu os trabalhadores. No momento atual, a presidente Dilma está isolada por uma equipe econômica voltada para o capital especulativo. Ela precisa sair desta posição e ouvir os trabalhadores”, completou.
As paralisações reuniram trabalhadores de 19 empresas da zona leste da capital paulista, que se concentraram em quatro pontos diferentes da região. Em alguns deles, como na Mooca, os trabalhadores saíram das fábricas instaladas ao longo da rua e foram em passeata até o ponto de concentração do ato.
Segundo Arakém, secretário-geral do sindicato, “o trabalhador só tem voz quando se manifesta, quando está nas ruas. Estamos mostrando que estamos insatisfeitos com o início do governo Dilma. É importante mobilizar-se para que o governo ouça a voz dos trabalhadores”.
Movimentos
Lideradas pelas centrais sindicais, as ações contra a proposta do governo para o reajuste no valor do salário mínimo ganham adesão não só dos sindicatos — mas também do conjunto dos movimentos sociais. Com o fim das negociações com o governo, a ideia agora é direcionar a pressão para os congressistas em conjunto com entidades como MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e UNE (União Nacional dos Estudantes).
Na noite de terça-feira (8), o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, se reuniu com dirigentes do MST. A CUT, por sua vez, já esteve com a UNE. A intenção é dar início, já na próxima semana, a eventos em todo o país. As centrais iniciaram a negociação defendendo o valor de R$ 580 para o mínimo, mas sinalizaram que, se o governo subisse sua proposta, haveria possibilidade de acordo. O governo, porém, permaneceu irredutível nos R$ 545 oferecidos.
Da Redação, com agências