quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Occupy Wall Street inspira movimento mundial dos indignados.



Mobilização de norte-americanos leva cidadãos de mais de 147 cidades a se unirem em grande ato dia 15 de outubro
Há 25 dias o movimento Occupy Wall Street vem levando milhares de cidadãos norte-americanos, estudantes, sindicalistas, veteranos, imigrantes, professores e ativistas de todo tipo, a realizar uma ocupação pacífica em Wall Street. Os manifestantes se reúnem, no que está sendo considerado um novo movimento social por justiça econômica, contra a cobiça empresarial, a corrupção do sistema político e a desigualdade. Desde o seu início, o movimento só tem ganhado força, após três semanas, estende-se por outras cidades americanas, como Boston, Chicago, Los Angeles e Washington.
Mas as mobilizações por justiça social não estão restritas aos Estados Unidos. Ao redor do mundo as reivindicações são diversas. Em maio, o movimento “Indignados” da Espanha, levou mais 20 mil pessoas às ruas contra os altos índices de desemprego e contra as medidas de austeridade impostas pelo governo. Desse levante, somado à força das ocupações de Wall Street e das demais mobilizações e revoltas que estouraram no mundo em 2011, nasceu uma grande manifestação mundial por uma Real Democracia.
Até o momento, cidadãos de mais de 147 cidades de todo o mundo já aderiram à campanha e vêm se organizando, por meio de redes sociais e páginas na internet, para fazer uma grande mobilização em diversas cidades do mundo no dia 15 de outubro.
Assista ao vídeo da campanha:



Com o objetivo de divulgar ainda mais o movimento pela Democracia Real, a  Avaaz criou um abaixo-assinadoem prol da campanha e ergueu um contador no centro da ocupação em Nova York para mostrar ao vivo cada assinatura do abaixo-assinado, o contador também é retransmitido ao vivo na página da organização. Até o momento foram contabilizadas mais de 540 mil adesões.

A marcha também acontecerá em São Paulo. A concentração do ato está marcada para o dia 15 de outubro (sábado), às 15h, no Largo São Bento, e será seguida de uma caminhada até a Praça Ramos de Azevedo, no Anhangabaú, onde acontecerá uma ocupação. (Mais informações no site: http://www.democraciarealbrasil.org/). A passeata está sendo organizada pela internet, até o momento mais de 2 mil pessoas já confirmaram  a presença na página do evento no Facebook.

Chegando ao seu 25 dia, a ocupação em Wall Street só ganha força, tendo se espalhado por 25 cidades americanas. Durante a manhã de hoje (dia 11 de outubro) houve conflito nas ruas de Boston (cidade no leste dos Estados Unidos) entre autoridades locais e manifestantes do movimento Occupy Boston, “irmão” do Occupy Wall Street.  Cerca de 100 manifestantes, que se recusavam a desocupar um espaço no centro da cidade, foram presos por autoridades locais.
Na cidade, no último sábado dia 8 de outubro, cerca de 3 mil pessoas participaram de uma passeata para protestar contra a avareza das corporações e para que os bancos interrompam as execuções hipotecárias, em uma mobilização que terminou com 24 detidos. Em Los Angeles, 50 pessoas protestavam nesta segunda-feira (dia 10) em apoio à “ocupação” de Wall Street.
Usando a internet como aliada, a ação vai se espalhando. As convocações acontecem por meio de hashtags do Twitter, como #OccupyRaleigh ou #OccupyLasVegas.

Nos últimos dias diversas personalidades americanas demonstraram apoio às ocupações de Wall Street. A jornalista e ativista Naomi Klein fez um discurso público apioando  o movimento: “Por que eles estão protestando?”, perguntam-se os confusos comentaristas da TV. Enquanto isso, o mundo pergunta: “por que vocês demoraram tanto? A gente estava querendo saber quando vocês iam aparecer.” E, acima de tudo, o mundo diz: “bem-vindos”, disse em seu pronunciamento.
Por sua vez, o acadêmico Noam Chomsky, conhecido por suas posições políticas de esquerda e pela sua crítica da política externa dos Estados Unidos, afirmou: “Os valentes e honrados protestos que continuam em Wall Street deveriam servir para chamar publicamente a atenção da sociedade sobre esta calamidade (provocada pelo setor financeiro) e conduzir a um dedicado esforço para superá-la e conduzir a sociedade para um caminho mais saudável”.
O polêmico cineasta Michael Moore também se manifestou em apoio à ocupação. Após visitar os acampados em Wall Street, publicou uma nota em seu blog chamando pessoas de todo o país para se reunirem aos manifestantes em Nova York. “É a primeira vez que uma multidão de milhares toma as ruas de Wall Street”.
Por Camila Hungria
Foto: divulgação