quinta-feira, 7 de julho de 2011

Resposta ao esvaziamento da UJS, crítica feita pelo PT ao blog do Rigon.

A UJS existe desde 1984. Durante esses 27 anos de existência, muitas pessoas passaram por essa força de juventude. Movimento político de juventude mais organizado deste país.
            Através de congressos e plenárias, Municipais, Estaduais, Nacionais, nos reunimos com a UJS de todos os Estados, na construção de propostas que direcionarão nossa militância. Propostas que surgem em meio a uma gigante pluralidade de idéias e culturas, existentes em nosso país.
Em meio a essa pluralidade de idéias, o que é prezado pela UJS é a construção coletiva através de um assentimento geral. Como diz Drummond em seu poema Elegia de 1938: “Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.”

O caráter crítico deste poema se dá ao fato, do poeta denunciar a luta individual, afirmando que, o homem coletivo, como é, deve se unir aos outros na construção de uma sociedade mais justa e humana.
A postagem mal intencionada de algum membro do PT ao blog do Rigon, que tem como titulo o esvaziamento da UJS de Maringá, ao fato de quatro militantes terem se desfiliado desta força de juventude, e três deles, terem ido militar na juventude do PT, tem soado aos olhos da UJS, como um mero desespero por reconhecimento, de algum desses militantes da JPT.
De fato, alguns colegas se desfiliaram da UJS, muito mais por não acreditarem no que nos propomos a construir, do que por qualquer problema interno. Problemas internos sempre existirão, dentro de qualquer coletividade, como foi dito anteriormente, na UJS há um choque de idéias e culturas, devido sua capacidade de abrangência, e o que nos propomos é discutir para que assim, consigamos convencer ou ser convencidos sobre a importância de cada luta, para que cada vez mais, jovens entendam a importância da nossa construção.
Nunca desconsideramos a contribuição que, esses três militantes, deram a nossa força de juventude, durante o tempo em que estiveram conosco na luta. Dirigir uma entidade como o DCE da UEM não é fácil. Foi uma experiência nova e construtiva para muitos dos jovens que por ali passaram. São tempos de boas recordações que devem ser respeitadas e preservadas. Estamos em outro momento.
 A UJS não se desligou da luta dentro do movimento estudantil, e não se propõe a isto. Assim como, se propõe a expandir cada vez mais suas pautas de reivindicações, quando participa da luta contra qualquer tipo de opressão e injustiça presente em nossa sociedade. Estamos presentes na luta pela criminalização da homofobia, contra a opressão das mulheres, por melhorias nas condições de vida dos cidadãos maringaenses e de outros Estados, denunciando a corrupção, a desigualdade e a exploração do trabalhador. Estivemos presentes na luta, em Maringá, contra a licitação do transporte público, que apresentava diversas falhas, contra o aumento da passagem de ônibus, contra o plano diretor, na luta contra a corrupção na assembléia legislativa, pela reforma da sede da UMES, entre outros.
Além de denunciar a irregularidades do governo exigindo mais ética na política, a construção do socialismo não deve se pautar apenas às denuncias, é necessário propormos idéias para a solução dos problemas existentes.
Acreditamos que o movimento estudantil á importante para a construção de uma sociedade mais justa e humana, por isso exigimos 10% do PIB e 50% do fundo do pré-sal para educação. Não queremos, apenas, encher as salas de aulas de alunos, queremos que esses alunos tenham, além de uma formação voltada ao mercado de trabalho, uma formação voltada a um pensamento autônomo e emancipado, para que não se tornem apenas um instrumento de trabalho.
Precisamos de investimentos para aumentar o número de salas de aulas, diminuindo a quantidade de alunos o que facilitará o aprendizado e o ensino. Desejamos uma escola bonita, alegre, com estrutura e condições de dar uma boa formação. A escola deve ser um lugar de aprendizado e não um depósito de crianças.
A escola deve ter condições para o incentivo a cultura e ao esporte visando maior sociabilidade entre os jovens. E quem deve garantir isso, é o Estado, através de investimentos na estrutura assim como, nos educadores, que atualmente, recebem salários misérias e exercem em condições lastimáveis sua profissão.
 Acreditamos na importância do movimento estudantil para amparar e encorajar os trabalhadores na luta por seus direitos, nas denuncias das irregularidades presentes na sociedade capitalista, na luta por uma educação de qualidade, com acesso democrático, que garanta a permanência dos estudantes carentes durante seus estudos, na luta por um Estado que valorize cada vez mais o profissional da educação, assim como, sua estrutura de trabalho.
A UJS está aberta a participação daqueles que acreditam nos seus ideais. Para a participação daqueles que acreditam na construção do socialismo. O PT não se propõe a esta construção, se limitando a reformas do sistema, mantendo sua estrutura principal, que o corrompe. As reformas não resolverão os problemas existentes em nossa sociedade, é necessário mudar a essência do que foi imposto, é necessário construir uma nova organização de sociedade, e propor isso, é tarefa das mais ousadas. A reforma só exigirá cada vez mais reformas.
Respeitamos os companheiros do PT ao entendemos a importância que o governo Lula e Dilma tem nesse momento histórico. Mas a UJS e o PCdoB que mais, deseja mais, por isso que participamos desse governo, para impulsionar cada vez mais a construção de uma sociedade mais justa, na busca pela felicidade de todos os homens.
Entendemos claramente que, a luta pela transformação da sociedade, assim como este debate, que para muitos soa como sonhador, ainda é feito, por um número reduzido de pessoas, comparando ao tamanho que é sua oposição. Mas garanto que debatemos e discutimos a construção de uma nova sociedade, com pessoas que realmente acreditam e reconhecem essa possibilidade. Pessoas que encontram-se dedicadas a difundir cada vez mais tais idéias de humanização e igualdade. Não desanimaremos da luta e nem de acreditar na possibilidade de transformar nosso sonho em realidade.
O fato de alguns militantes ter optado a trilhar outro caminho, não nos deixará menos convencido ou menos combativos.
Assim como muitos que estão vindo, conhecer, construir e reivindicar coletivamente, os que se retiraram serão sempre bem vindos, sem magoa e nem ressentimento. A única preocupação que nos move são as relacionadas a desigualdade e opressão do povo brasileiro. E é contra estas coisas que nos ocuparemos, em busca de dias de sol e Socialismo.