quarta-feira, 8 de junho de 2011

Estudante do curso de Agronomia revoltada com a manipulação da reportagem apresentada pela RPV à qual ela é uma das entrevistadas.


Caros Universitários, Jornalistas e demais cidadãos,
Meu nome é Taiana Loan de Lima Campos, estudante do quarto ano de Agronomia da Universidade Estadual de Maringá, onde cheguei com muito esforço e dedicação. 
Dedicação que, na reportagem realizada pela RPC TV (http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1528215-7823-REVISTA+RPC+BLOCO,00.html), filiada da Rede Globo no Estado do Paraná, foi transformada em dedicação às festas e bebidas alcoólicas.


Eu fui uma das pessoas que apareceram nessa reportagem, durante a divulgação de uma festa chamada AGROZOO.
Porém, a ironia, a manipulação e o jornalismo irresponsável infelizmente não foram mostrados na “telinha”.
Quando os jornalistas se aproximaram de nosso grupo, no dia 26 de junho de 2011, uma quinta-feira, foi dito que a reportagem seria sobre universitários, festas e bebidas alcoólicas, mas nunca imaginamos que seria uma matéria manipulada em que somente um lado da situação seria mostrado.
Eu só queria fazer alguns esclarecimentos:
Qualquer que seja a situação que nos encontramos podemos “maquiá-la” e expor somente o que queremos e foi isso que a reportagem fez, ela só mostrou um lado da situação e tratou-a como se fosse em relação à maioria. É como se nós, participantes de iniciações científicas e futuros pesquisadores, realizássemos pesquisas com dados manipulados, para que os resultados fossem favoráveis aos nossos objetivos. Trabalhar assim é fácil não é? Mas onde está a ética? Onde está o respeito?
Na reportagem foi mostrado que fazemos festas e ingerimos bebidas alcoólicas. Sim, a maioria faz isso, mas fazemos porque temos o direito. Fazemos porque, como em meu caso, o curso é de período integral e durante a segunda-feira nós ficamos o dia todo dentro de uma sala de aula, na terça-feira ficamos o dia todo dentro de uma sala de aula, enfim, todos os dias da semana nós ficamos o dia todo dentro de uma sala de aula, ou de um laboratório, ou na Fazenda Experimental de Iguatemi ou em qualquer outro lugar, cumprindo com as nossas obrigações. Nós temos o direito de nos divertir, de espairecer, de viver e não quer dizer que isso é feito durante o horário de aulas, como foi dito na reportagem. Não sei se todos perceberam que a reportagem foi realizada no período noturno, onde pelo menos eu que fui filmada juntamente com os meus colegas aos redores da UEM, não tenho aula.
É claro, há pessoas que não se enquadram nisso, ninguém precisa discutir, isso foi mostrado claramente na reportagem. Há pessoas que não vão às aulas pra fazerem festas e ficarem nos bares, há pessoas que não honram com suas responsabilidades e compromissos, há todos os tipos de pessoas. Mas em todo lugar as coisas funcionam assim, infelizmente. Por exemplo, tenho certeza que dentro da RPC TV a maioria dos profissionais possui ética e realizam um trabalho digno, mas infelizmente também há aqueles que realizam um jornalismo manipulador.
Outro esclarecimento que deve ser feito é em relação à festa que estava sendo divulgada por nós: a AGROZOO. Essa festa, que aconteceu na última sexta-feira (03/06/2011), é realizada pelos acadêmicos que participam do Centro Acadêmico da Agronomia (Centro Acadêmico José Lutzemberger -CAJOL) e do Centro Acadêmico de Zootecnia da UEM, em que o objetivo é levantar fundos para as duas instituições que buscam representar os acadêmicos desses dois cursos, visando melhorias, inovações, ligações com o mundo profissional e a representação dos universitários.
Por fim, quero falar sobre algo pessoal. Justamente nesse dia que fomos entrevistados, eu e mais quatro pessoas que estudam comigo realizamos um Dia de Campo. Essa prática faz parte de nosso currículo, é uma espécie de aula no campo, onde apresentamos inovações da área agronômica, em que, no caso específico de meu grupo, foi sobre um gênero arbóreo chamado Eucalyptus. Nós ficamos semanas trabalhando em cima dessa atividade, que desprendeu muito tempo e conhecimento. Foram reunidos acadêmicos, Engenheiros Agrônomos, entre outras pessoas, somando mais de 60 participantes. E para comemorar o nosso sucesso, nos reunimos com colegas que estavam divulgando a AGROZOO aos redores da Universidade Estadual de Maringá. Na minha opinião, nada mais justo, nada mais merecido depois de semanas de trabalho árduo, que foi realizado juntamente com provas e trabalhos de nosso curso.
Mas, infelizmente, depois de algumas semanas, no dia 05 de junho, é divulgada, no programa Revista RPC, que é transmitido logo após o Fantástico, uma reportagem totalmente distorcida, totalmente injusta com os acadêmicos que se esforçam e se dedicam às suas responsabilidades com o objetivo de se tornarem profissionais competentes, responsáveis, justos e éticos.
Existem pessoas que conseguem conciliar suas responsabilidades e obrigações com o lazer e a diversão, sei que não são todas, mas aqui eu escrevo, em meu nome e em nome daquelas que se julgam enquadrar-se nesse grupo. O que falta é um espaço para nós na sociedade, mas um espaço real, e não um espaço manipulado onde só são expostas as imagens, falas e ações que a mídia, a política ou qualquer outro setor quer mostrar.
Afinal, nós seremos o futuro. Os futuros Engenheiros, Médicos, Zootecnistas, Psicólogos, Arquitetos, Jornalistas, etc. Do mesmo jeito que a reportagem falou, mas, na maioria, não como a reportagem mostrou.
Então eu peço aos jornalistas, que façam reportagens justas, com responsabilidade, mostrando os dois lados da situação. Peço aos universitários, que assim como eu, se sentiram injustiçados, que se manifestem e peço ao restante, que não manchem a nossa reputação.
Ass.: Taiana Loan de Lima Campos.


Essa carta chegou até nós via-email e acreditamos que é de extrema importância publicá-la desde que, somos estudantes universitários, maiores de 18 anos, que consomem bebidas alcoólicas que são vendidas para maiores de 18 anos. Passamos por um vestibular concorrido e nos esforçamos muito para hoje, participar da comunidade acadêmica da melhor universidade do Estado do Paraná e mais, nos esforçamos mais ainda, para conseguir concluir nosso curso.
Lazer é um direito de todos, e como em Maringá, cada dia mais, as opções de lazer dos jovens que entram nessa cidade e investem muito dinheiro em comércio, aluguel e transporte, estão sendo restringidas com o fechamento dos bares e com o policiamento na porta das repúblicas dando como única opção à esses jovens irem para boates caras ou para os bares que ficam no centro da cidade, lugares de acesso da burguesia desde que, os estudantes mais carentes não tem condições de acesso a esses ambientes e mais, sem contar na violência que tem aumentado cada dia.
Acreditamos que, é necessário que a Administração da cidade se conscientize, e entenda que esses jovens precisam ter acesso a lazer, a Vila Olimpica, que seria uma ótima opção para reunir esses jovens, fica fechada e de enfeite para que os estudantes que estudam do outro lado da rua, passem e fiquem olhando sem ter acesso e mais, é necessário o aumento da segurança e não da repressão, desde que até mesmo dentro de suas casas, esses jovens, não se encontram em proteção e é necessário repensar a questão dos fechamentos dos bares na zona 7 pois, quanto menor for o número de bar maior será a aglomeração nesses lugares e a questão não é só beber é o lazer, a interação desses jovens e o sustento da familia desses comerciantes que foram tão prejudicados com a proibição de venda de bebidas alcoolicas aos arredores da UEM e mais, somos maiores de idade e temos o direito de consumir. Proibir a venda nas próximidades de colégios com estudantes menores de idade tudo bem, mas não têm lógica essa repressão fantasiada de bom-senso que mais parece um jogo de interesses que vai além do moral.