Cada vez mais a juventude tem problemas para conseguir entrar no mercado de trabalho no Brasil, devido ao grande preconceito, relacionado principalmente com a falta de experiência de trabalho. Por isso, os mesmos se vêem obrigados a entrar cada vez mais cedo na disputa de uma vaga e, por muitas vezes, tendo que aceitar salários baixíssimos para poder ter chance de competir com pessoas de maior experiência. Isso influencia diretamente na educação dos jovens, pois têm que conciliar um trabalho ou estágio com os estudos e muitas vezes se vê obrigado a abandonar sua educação. Misturando isso com a alta taxa de violência, que é maior entre os de 15 a 29 anos, podemos perceber que temos necessidade urgente de investimento em Políticas Públicas para a Juventude (PPJ’s).
É importante ressaltar que nos últimos 8 anos, tivemos o aumento da preocupação do Estado com a educação, através do aumento das vagas no ensino superior, construção de 141 novas escolas técnicas, 11 novas IFES e 2 universidades federais só no Paraná (UFFS e UNILA), além da construção de novos campi das universidades já existentes. Tivemos a 1ª CONJUVE (Conferência Nacional de Juventude), para debater os mais diversos assuntos sobre essa grande parcela da população. Conferência esta que foi muito ampla e positiva, principalmente para pautar mais investimento na área de PPJ. Estamos rumando à segunda CONJUVE, que tem previsão de ocorrer em ainda este ano.
A situação está melhorando para os jovens brasileiros, mas ainda temos muito a avançar se queremos ter um país rico, soberano, com uma economia fortalecida e mais democrático. Em agosto desse ano, será aprovado o Plano Nacional de Educação (PNE) no Congresso Nacional. Plano este que começou a ser discutido na CONAE (Conferência Nacional da Educação) em dezembro de 2010 e irá delinear as políticas de investimento do governo na educação até 2020, do nível básico ao superior. É tarefa da juventude e dos movimentos sociais se organizarem e se prepararem para pautar ainda mais o investimento na juventude e na educação brasileira. Hoje, apesar de vários programas de inclusão, como o PROUNI, temos cada vez mais jovens no Ensino Superior, porém, a oportunidade de vagas nas universidades públicas é de apenas 25% das vagas existentes nas Instituições de Ensino Superior. E ainda há cerca de 86% da juventude brasileira em idade para entrar na universidade, que não têm este acesso. Para melhorar isso, precisamos de investimento maciço em educação. Por isso a UNE defende 59 emendas ao PNE, entre elas está a proposta de investimento de 50% do Fundo Social do Pré-sal para a educação. Proposta esta que sofreu com o veto no final do ano passado. Outra das propostas é de investimento de 10% do PIB na educação, que tem apenas 4% investidos hoje. Por isso, o movimento estudantil pressiona através de manifestações e pedindo apoio dos parlamentares, como nas mobilizações que aconteceram no final de março deste ano, na Jornada Nacional de Lutas da UNE e da UBES. Colocando milhares de estudantes nas ruas de várias cidades do país, que culminaram com um grandioso ato em Brasília e contou com a presença de cerca de 10 mil estudantes pedindo uma educação de nota 10. E como a Blitz que as entidades fizeram no Congresso Nacional em Maio deste ano, dialogando e pressionando pelo voto dos deputados e senadores para aprovação dessas 59 emendas ao PNE. Nesta luta, além da UNE e da UBES, estão as UEE’s (Uniões Estaduais dos Estudantes) de todo o Brasil, entre elas a UPE (União Paranaense dos Estudantes), por uma educação de qualidade, maior acesso à educação e políticas de Assistência Estudantil para a diminuição da evasão dos estudantes do ensino superior, que muitas vezes não têm condições de permanência, pois têm que pagar livros, xerox, transporte, alimentação, moradia, mensalidades altas (no caso das faculdades pagas) e, em alguns casos, sustentar uma família.
Os congressos estudantis da UPE e da UNE, que ocorrão respectivamente nos dias 18 e 19 de Junho em Londrina e 13 a 17 de Julho em Goiânia, irão debater isso, entre os mais diversos temas ligados à juventude no Paraná e em todo o Brasil. São espaços importantes em que podemos discutir a realidade da educação e conjuntura política do país. Esses encontros irão contar com cerca de 400 estudantes em Londrina e mais de 7 mil na capital de Goiás. O movimento estudantil, mais uma vez vai de encontro às necessidades da juventude e luta por mudanças e avanços na educação e nas PPJ’s de forma geral. Por um Brasil forte e grandioso, que tenha capacidade de atender à juventude e a população brasileira.
Viva a UPE, viva a batalhadora juventude brasileira!
Rafael Bogoni
Diretor da UPE