quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Assistência Estudantil na UEM: PNAEST como alternativa

Nós, da União da Juventude Socialista, entidade que, junto a demais forças, constrói o DCE - UEM, não desejamos apenas explanar sobre a realidade quotidiana dos nossos estudantes, em especial, a realidade do estudante de baixa renda que se vêem à margem da comunidade acadêmica, que se mostra cada vez mais elitista, mas desejamos apresentar projetos concretos no que tange a Assistência Estudantil.

Há anos a população do Paraná convive com um governador que insiste em precarizar ao máximo não só a educação, mas também a saúde, a cultura, o esporte e as finanças do estado. Em seu primeiro ano Beto Richa cortou em 70% as verbas que destinadas à manutenção e custeio da UEM. Por pouco, os blocos de aulas não ficaram sem eletrecidade. Desde então os laboratórios operam com capacidade reduzida e os sucessivos cortes nas verbas tem afetado a qualidade desta que é uma das melhores universidades do país. A Casa do Estudante, conquista do DCE em 2010, gestão Bonde do Amor, está com suas obras inacabadas.

Maringá, a exemplo de inúmeras cidades de médio e grande porte, a especulação imobiliária que cerca o campus universitário beira o absurdo. Os alugueis são altíssimos e, a passagem do ônibus é superfaturada. Para aqueles que saem de sua cidade de origem para estudar, esses custos muitas vezes tornam inviável a conclusão da graduação. São dificuldades como essas que milhares de estudantes enfrentam todos os dias para conseguirem se formar e alcançar o diploma do ensino superior. Muitos dos que hoje tem a oportunidade de frequentar os bancos da universidade realizam o sonho de seus pais e avós, que não tiveram essa chance.

Precisamos mais do que garantir o ingresso de estudantes carentes, é necessário diminuir os índices de retenção e evasão, bem como quaisquer formas de discriminação e exclusão desse acadêmico.

No final do ano de 2010 o Ministério da Educação aprovou a portaria 25/2010 que instituiu o PNAEST - Programa Nacional de Assistência Estudantil - para as instituições de ensino superior públicas estaduais. Uma iniciativa muito importante por parte do governo federal visando garantir a permanência do jovem na universidade. Exemplos Brasil afora mostram que este programa pode melhorar de fato a vida de milhares de estudantes da UEM, e não só do campus sede.

Todo ano, cerca de 3000 pessoas iniciam seus estudos em algum curso de graduação da UEM. O texto desta portaria é muito claro: a instituição de ensino que destine mais de 1000 (mil) vagas por meio do SiSU recebe até R$1,5milhão por ano, exclusivamente para a assistência estudantil, a serem usados como a universidade quiser. Desse modo, a Casa do Estudante pode se tornar uma realidade. A Concha Acústica pode sair do papel. Nosso Restaurante Universitário - fechado desde o ano passado - pode voltar à ativa. E mais! Poderemos construir uma segunda unidade do RU no campus sede, e proporcionar alimentação de qualidade com um preço acessível também aos estudantes dos campi regionais! Existem, ainda, mecanismos na portaria que acrescentam em até 50% o montante repassado à instituição. Através desses mecanismos, o MEC tem condições de repassar até R$2,25milhões à UEM.

Nossa universidade passa por um momento delicado, em que várias obras estão paradas, as bolsas estão sendo cortadas. Além do mais, o processo de elitização da universidade só vem aumentando. Entendemos que a universidade precisa, cada vez mais, ser pintada com as cores do povo!

Nossa atuação na gestão do DCE por meio da chapa Agora Só Falta Você busca um movimento estudantil propositivo em nossa universidade. De nada adianta bater panelas ou puxassaquismos sem projetos, sem propostas concretas para alterar as estruturas da instituição e melhorar de fato a vida do estudante. O governo do estado conseguiu em apenas 3 anos comprometer as finanças do públicas, e que torna ainda mais difícil sonhar com alguma melhoria no curto prazo em nossa universidade. Defendemos, portanto, a adesão da Universidade Estadual de Maringá ao PNAEST, como forma de buscar solucionar os problemas relacionados à permanência dos acadêmicos na universidade.

Aqui no Paraná, a UFPR, a UTFPR e a UNILA já disponibilizam 100% de suas vagas pelo SiSU. A UNIOESTE e a FECEA também aderiram ao programa e já destinam parte de suas vagas pelo sistema. As melhoras são sensíveis. A UNIOESTE, por exemplo, já anunciou a construção de Restaurantes Universitários, contratação de professores e outros avanços decorrentes da adesão ao programa.