sexta-feira, 31 de maio de 2013

Manifestação contra mais aumentos na passagem - Fora TCCC

A tarifa do transporte coletivo urbano de Maringá será reajustada a partir da zero hora de domingo (2). A TCCC (Transporte Coletivo Cidade Canção), empresa que monopoliza o transporte público em Maringá oferecendo um péssimo serviço e algumas das tarifas mais caras do país. Saberemos em breve qual será o valor adotado.

TRANSPORTE É UM DIREITO DE TODOS


Reunião no sábado dia 01 de junho - às 14hs, para a organização do ato.
Local: Na Sede da APP Sindicato em Maringá. Endereço, Travessa Liberdade, 217, Zona 8

A empresa apresentou uma justificativa para o aumento: negociação salarial com os motoristas. Camaradas, agora a culpa do aumento é dos trabalhadores que buscam um ínfima redução na exploração que sofrem da TCCC. Obrigados a cumprir dupla função com condições de trabalho estressantes agora também são os responsáveis pelo aumento por solicitarem um salário ligeiramente melhor. Ótimo exemplo para se estudar a Mais-valia.

A fala do Pupin sobre a política tarifária da atual gestão é mais furada do que ralo de flandre. Veja: como até hoje a planilha de custos da empresa é desconhecida do grande público, resta saber se há dedução de alguns outros benefícios que a TCCC tem e que não creio que sejam considerados. Por exemplo: A receita com bus-door (aquelas propagandas que são colocadas atrás dos ônibus); os lucros com o não pagamento de luvas ao município por cada novo ônibus adquirido, de conformidade com a Lei das Concessões; a falta de investimento, pela empresa, com a construção de pontos cobertos, já que a maioria é apenas poste pintado e fincado na terra; a devolução para o município de todos (eu disse todos) os carros com tempo de uso esgotado.Se tudo isso for colocado na planilha, com o peso que cada item tem, certamente a passagem cairia bastante.

O fantoche representante dos Barros, vulgo Pupin, postou no Facebook poucos dias atas: “Anunciei hoje a solução escolhida como ideal para Maringá para o transporte coletivo – mobilidade urbana, conhecida na última semana durante o congresso LLGA Cities Summit San Francisco. Maringá foi a única cidade do Brasil a participar. Seis empresas apresentaram propostas tecnológicas. A solução escolhida foi a Modern Urban Transport Information, da Clever Devices, de Nova Iorque.Trata-se da implantação de um software de sistema inteligente de transporte que gerencia online toda a rede de transporte coletivo, aumentando a eficiência das linhas e reduzindo custos.” (sic) Claro que nosso suposto prefeito gastou dinheiro público para descobrir uma solução que há mais de um ano a TCCC já aplica. Essa tecnologia é utilizada internamente pelo setor de monitoramento de tráfego. Todos os ônibus tem um aparelho de GPRS, um MITS de comunicação e um modem 3G. E esse mesmo sistema está disponivel para o SETRANS. Bem, ele não precisava nem ter ido tão longe, há mais de 15 anos este sistema foi instalado na cidade de Uberlândia/MG.

Na Conferências Municipal das Cidades o prefeito (sic) expôs a ideia de implantar nos pontos de ônibus códigos para serem lidos com aplicativos para Smart-phone contendo informações sobre a linha, horários, pontos turísticos. Agora sabemos que o smart-phone é a solução para o transporte público, basta saber que, em Maringá, tendo um spart-phone, anda de bus.

Esta semana o vereador Humberto Henrique afirmou que o preço da tarifa do transporte público de Maringá deveria ter uma redução estimada entre R$ 0,25 e R$ 0,30, isso se a TCCC e a gestão Pupin fossem coerentes em repassar apenas os recentes incentivos fiscais ao usuário e não acatá-los como lucro, fora uma análise aprofundada da Planilha de custos da empresa.

Considerando que isso acontecesse, a economia estimada seria a seguinte:

Para 01 trabalhador:

0,60 - dia;

3,60 - semana;

14,40 - mês:

172,80 - ano

Para uma família com três pessoas:

1,80 - dia;

10,80 - semana;

43,20 - mês;

518,40 - ano

Para um pequeno empresário com 10 funcionários:

6,00 - dia;

36,00 - semana;

144,00 - mês;

1.728,00 - ano

Para uma empresa com 50 funcionários:

30,00 - dia;

180,00 - semana;

720,00 - mês;

8.640,00 - ano

Para a Cocamar, com mais de 2100 funcionários, a economia estimada seria:

1.260,00 - dia;

7.560,00 - semana;

30.240,00 - mês;

362.880,00 - ano

De modo geral, não é a classe média quem utiliza o transporte coletivo em seus deslocamentos, mas a população desprovida de recursos financeiros, por esta razão no Brasil ônibus é sinônimo de pobreza. Como o único meio de transporte que a classe média consegue conceber é o automóvel ela trava uma enorme luta pelo aporte máximo de recursos públicos para facilitar o acesso a este bem de consumo e de status social e mostra indiferença pelo tema do transporte público.

Essa idéia de “ônibus igual a pobreza” é uma particularidade nossa, pois em inúmeros países do mundo utilizar ônibus para se deslocar não é exclusividade dos menos favorecidos. Pelo contrário, o ônibus é um serviço público essencial, devendo ser barato e eficiente para dar mobilidade para as pessoas. A classe média usa o ônibus, e exige qualidade e principalmente, preço baixo. Assim, na Europa e Estados Unidos, por exemplo, o preço da tarifa de transporte coletivo é fortemente subsidiado pela sociedade. Por exemplo, em Roma, o passageiro paga apenas 10% do valor da tarifa, os 90% restantes é pago pelo Governo (toda a sociedade) em forma de subsídio. Em Paris o usuário paga 33%, em Atenas paga 27%, e assim por diante. Bom, aqui...