abriga espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção.
Antes de seu fechamento (em 2009), o parque era visitado por
aproximadamente 3 mil pessoas ao dia nos finais de semana e em torno de
1,5 mil nos demais dias, considerando as áreas interna e externa,
podendo ser assim considerado o principal espaço destinado ao lazer da
população de Maringá e também de toda região metropolitana.
As
principais atrações existentes no local são o lago artificial, a pista
de caminhada externa com mais de 3 km e o Jardim Imperial Japonês em
homenagem ao Imperador Akihito.
Entre as obras executadas com
dinheiro público no Parque do Ingá durante o tempo que estava fechado
estão a implantação de circuito de arvorismo e tirolesas atravessando o
lago (o projeto foi aprovado pela Câmara dos Vereadores em janeiro de
2010, a construção iniciaou-se em maio de 2010 e teve conclusão em
setembro de 2010, no entanto ainda não está em funcionamento), o recape
da pista ao redor do lago e drenagem para uso das bicicletas especiais
(trabalho concluído e bicicletas adquiridas), pista de aventura com
brinquedos de madeira instalados em uma das trilhas de acesso ao lago, a
demolição e readequação das jaulas do antigo zoológico, passarela do
Portão 2 com acesso pela Vila Operária (que chegou a ser construída, mas
sequer foi inaugurada), iluminação na pista de caminha do lado externo,
reforma dos banheiros, revitalização da santa. Muitas destas obras
construídas com dinheiro público estão prestes a serem entregues à
iniciativa privada. Bens públicos devem ser de livre acesso à população
que, alias, pagou pela sua construção.
Constitucionalmente, o Estado
deve fornecer espaços públicos de lazer. Estes espaços não são
gratuitos, pelo contrário, custam caro para a população e são pagos
diariamente nos impostos. O que o município vem oferecendo em
contrapartida à elevada carga tributária? A atual administração da
prefeitura abandonou os parques da cidade. Os parques Alfredo Nyefeler,
Horto Florestal, o Bosque Borba Gato estão em condições semelhantes, ou
piores, que o Parque do Ingá. Não existem opções públicas para lazer em
quantidade suficiente, e as poucas existentes não oferecem a estrutura
adequada, estão em péssimo estado de manutenção e não temos a garantia
de segurança nesses locais.
Outro ponto a ser levado em consideração
é o quão prejudicial as atividades propostas serão para o parque como
unidade de preservação permanente. Um dos poucos remanescentes da Mata
Atlântica na região não pode ser posto em risco para que terceiros
obtenham lucro.
Podemos ainda questionar se existe interesses
individuais por traz do abandono do Parque do Ingá e do projeto de
privatização, que foi encaminhado pelo prefeito Silvio Barros à Câmara
em regime de urgência.
O Parque do Ingá não pode ser privatizado.
Sua disponibilidade para visitação deve ser sempre um direito de todos e
as atividades nele realizadas deve ter em vista a preservação ambiental
o lazer da população, jamais o ganho de terceiros.
Não ao Projeto
de Lei Ordinária 12482 2012 do Executivo que autoriza a administração
municipal a outorgar a concessão de uso onerosa de espaços e
equipamentos do Parque do Ingá, não à privatização.
UJS Maringá, 07 de novembro de 2012