domingo, 4 de agosto de 2013

Novos diretores da UNE mostam diversidade de luta dos estudantes

A história da União Nacional dos Estudantes (UNE) vem sendo escrita há 76 anos por diferentes sotaques. Mineiros, baianos, pernambucanos, paulistas e muitos mais formam o grande mosaico que é a entidade – uma verdadeira união de cada canto desse imenso Brasil.

Como não poderia deixar de ser, a luta também é plural. Nesta última quinta-feira (1/8), a nova diretoria tomou posse no auditório da Faculdade de Economia e Administração da USP com muitos desafios pela frente. São 84 diretores das mais distintas regiões que irão defender pautas diversas como o combate ao racismo, a cidadania LGBT, fim do machismo e mais investimentos em uma educação pública e de qualidade para todos.

Com sorriso e disposição típicos do povo baiano, Marcela Ribeiro estuda Direito na Universidade Católica de Salvador. Por ter enfrentado uma série de adversidades em sua instituição de ensino, Marcela se envolveu com o movimento estudantil. ‘’Não tinha como ficar de olhos fechados para a postura antidemocrática da reitoria. Decidi que devia lutar contra isso’’, contou.

Aos 24 anos, empossada diretora de combate ao racismo, ela espera continuar contribuindo cada vez mais. ‘’A gente tem passado por um momento de democratização do ensino superior e garantir que negros e negras estejam inseridos neste novo quadro será uma das minhas lutas’’, afirmou.

Vindo do interior do Pará, mais precisamente da pequena cidade de Castanhal, o novo diretor de políticas educacionais, Thiago Ferreira promete muita combatividade. ‘’Vamos universalizar o ensino. Este é um dos nossos objetivos’’, falou.

Lucas Maróstica acrescenta o sotaque gaúcho à diretoria. Assumindo a pasta LGBT da entidade, o estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está confiante que o trabalho da UNE nesse período possa alcançar avanços no combate à homofobia. ‘’Vamos abrir um debate franco em torno da diversidade sexual para que cada um possa amar livremente a quem bem entender, sem preconceitos’’, enfatizou.

Vivendo há dois anos na capital paulista, o pernambucano Yuri Pires é estudante de Letras na USP e foi reeleito como 1ºvice-presidente nessa nova gestão. Yuri conheceu o movimento estudantil ainda em sua cidade natal, sentindo na pele a falta da assistência estudantil nas universidades brasileiras. ‘’Estudando na Universidade Federal Rural de Pernambuco, pude constatar como a ausência de um restaurante universitário de qualidade afeta o dia- a- dia dos estudantes”, pontua. Para esta gestão, ele tem grandes expectativas. ”Vivemos um novo momento da juventude. As jornadas de junho nos ensinaram que é preciso ter mais ousadia na agitação. Esse será um dos nossos focos e desafios”.

Katu Silva é mais um pernambucano vivendo em solo paulista e agora, parte para mais um desafio na sua militância estudantil. Antes vice-presidente da UEE-SP, atualmente diretor da UNE como 1º tesoureiro. Para ele, o que vem emperrando o desenvolvimento mais robusto do país é a política econômica. ”Nossa grande luta será mudar a política econômica com juros altos e superávit primário para avançar nas pautas da juventude”.

Inspirada pelo pai músico, a pitada mineira da diretoria vem de Patrícia de Matos que, com apenas 19 anos já assumiu uma grande responsabilidade: ser diretora de cultura. Criada no Distrito Federal, a estudante de Pedagogia da Universidade deBrasília (UNB) acredita que a força da entidade está mesmo na sua pluralidade. ‘’São muitos sotaques, pensamentos e vontades que formam a UNE e norteiam as nossas lutas por um país melhor’’, disse.

Renata Bars