Quando se cogitou a possibilidade de aumentar o número de cadeiras da
Câmara de 15 para 21 vereadores – número considerado ideal para uma
cidade com mais de 300 mil habitantes -, um movimento denominado
“Sociedade Organizada” (representantes da indústria e comércio, setores
religiosos e outros) aprontou o maior chilique.
Em nome da suposta economia de dinheiro público – tese facilmente
desmentida, pois a porcentagem do repasse para a Câmara é o mesmo e
independe da quantidade de edis -, investiram em vultuosas propagandas
na tv, rádio e outdoors contrárias ao aumento. Também pagaram militantes
para protestar na Câmara, devidamente uniformizados com camisetas
pretas.
O interesse dos defensores da democracia na permanência das 15
cadeiras era óbvio: com menos vereadores, fica mais fácil aprovar os
projetos de interesse da turma.
Com a mudança de governo (continuidade, na verdade), presenciamos o
aumento excessivo de cargos de confiança na Prefeitura de Maringá. São
aqueles contratados sem concurso público, apadrinhados politicamente. O
apoio amplo ao candidato vitorioso, inclusive dos derrotados, obrigou o
inchaço da máquina administrativa. Somente assim para acomodar a todos –
ou quase.
O que isso representa em termos financeiros? R$ 33,3 milhões de reais
a mais por ano. Dinheiro que poderia ser investido na valorização dos
servidores de carreira ou na melhoria dos serviços públicos básicos.
A “Sociedade Organizada”, por enquanto, nada diz. Movimentos
genéricos como o “Dia do Basta”, sem alvo definido, também não.
Confirmam na prática que estão ao lado dos mandatários da cidade, e não
do povo. Mas era de se esperar. Este blog e outros acusados de receberem
o “mensalinho” da oposição já sabiam. A independência falaciosa dos
combatentes da corrupção não resiste aos fatos.