quarta-feira, 14 de outubro de 2009

7 de Outubro de 2009 - 14h50 Golfo negocia fim do dólar com China, Rússia, Japão e França

China, Rússia e árabes negociam fim do uso de moeda dos EUA na compra de petróleo Londres. Com o dólar derretendo, países do Golfo negociam com China, Rússia, Japão e França um novo formato para pagar os contratos de petróleo. O objetivo é abandonar o dólar em troca de uma cesta de outras divisas.

A notícia foi publicada pelo jornal britânico The Independent, que atribuiu as informações a fontes que não identificou. Segundo o jornal, a opção pode ser por uma cesta de moedas: iene, iuan, euro, ouro e uma divisa unificada de nações da região, incluindo Arábia Saudita, Abu Dhabi, Kuwait e Qatar - integrantes da Opep.

"Encontros secretos têm sido realizados por ministros de finanças e presidentes de bancos centrais em Rússia, China, Japão e Brasil para trabalhar no esquema, o que significará que o petróleo não será mais precificado em dólar", afirma a reportagem de capa do jornal, assinada por Robert Fisk, com a manchete "O fim do dólar".

"O Brasil tem mostrado interesse em colaborar com pagamentos por petróleo que não sejam em dólar, juntamente com a Índia", diz a matéria. "Entretanto, a China parece ser a mais entusiasmada entre todas as potências financeiras envolvidas", acrescenta o jornal, ao lembrar que o país importa 60% do petróleo que consome.

China

A transição levaria nove anos, com finalização prevista para 2018. A publicação refere-se ao assunto como "a mais profunda mudança financeira do Oriente Médio na história recente". Os planos foram confirmados ao The Independent por fontes de países do Golfo e da China e podem ajudar a explicar a disparada recente do preço do ouro.

"Esses planos mudarão a face das transações financeiras internacionais. Os Estados Unidos e o Reino Unido devem ficar muito preocupados. Você vai ver o quanto pelo estrondo de negativas que esta notícia vai gerar", disse ao jornal um banqueiro da China.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) deveria começar a trabalhar numa agenda de reformas para consertar "deficiências intrínsecas" do sistema monetário internacional, afirmou nesta terça-feira o ministro de Finanças da China, Xie Xuren. O organismo deveria ter como objetivo "prover um ambiente monetário estável para o crescimento global e a estabilidade financeira", disse durante a reunião semestral do FMI e do Banco Mundial.

O ministro não detalhou que tipo de reformas a China defende, mas seus comentários deixaram claro que a economia com o crescimento mais acelerado do mundo está insatisfeita com o status quo de taxas de câmbio voláteis fora do país e deseja mudanças. Yi Gang, um dos vice-presidentes do banco central, disse em discurso no domingo que a China quer que o FMI monitore atentamente os fluxos de capital e "garanta relativa estabilidade das taxas de câmbio das principais moedas de reserva".