A União Maringaense de Estudantes Secundaristas (UMES) vem a público
para esclarecer os fatos sobre a Sede da UMES que fica localizada na
Avenida Cerro Azul, número 27, Zona 02 – Maringá PR.
No dia 09/09/13, depois de frustradas todas as tentativas de negociação
com o Ministério Público para que a sede volte a servir aos estudantes,
nós, estudantes, levamos a termo o que foi estabelecido em nosso último
Congresso: ocupamos nossa sede!
O terreno da Sede da UMES sempre foi de posse da Companhia Melhoramentos
Norte do Paraná. Esse terreno foi doado a UMES no começo de 1959 por
intermédio do Dr. Herman Moraes de Barros, quando a entidade era
presidida por Carlos A. Borges. A doação ocorreu de maneira verbal,
nunca escritural, de modo que nunca esteve no nome da UMES, porém os
estudantes ocuparam aquele espaço por mais de 50 anos e construiram há
muito tempo atrás aquele prédio que é patrimônio histórico de Maringá.
Com a "Campanha do Tijolo" a UMES conseguiu doações e construiu sua
sede, cuja maquete foi confeccionada pelo pintor Menezes. Toda a
sociedade maringaense, inclusive o poder legislativo, reconhece aquele
espaço como a sede da UMES, um espaço dos estudantes.
Com a mancha negra da história do país, a Ditadura Militar, a UMES foi
posta na ilegalidade, seu presidente preso, e os grêmios ficaram
subordinados aos interesses dos diretores. Depois disso, por muito
tempo, a UMES esteve desativada. Com o reestabelecimento da democracia,
em 1988, o Movimento Estudantil volta com tudo, na luta pelas Diretas
Já. A UMES teve grande importância no cenário nacional ao organizar, em
Maringá, a primeira manifestação do Fora Collor do país.
O Movimento estudantil, durante todo este tempo, esteve presente em
debates de importância para a sociedade como o voto aos 16 anos, no
combate à ALCA, as cotas, questões relacionadas à educação, entre as
inúmeras atividades que os estudantes participam.
A UMES, assim como todo o Movimento Estudantil, segue um cíclo: nos
momentos de maior efervecência política sai às ruas, tendo
reconhecimento por parte de toda a sociedade, enquanto nos períodos de
maior tranquilidade mantem suas atividades dentro dos colégios. Sempre
estivemos junto aos Grêmios Estudantis garantindo que nossas escolas
tenham bebedouros, que as bibliotecas tenham livros, que as quadras dos
colégios tenham condição de uso, e principalmente que a educação tenha
qualidade.
Equivocados estão aqueles que, a cada ano, insistem em dizer que a UMES
resurge. A UMES nunca deixa de existir, nossa luta é constante pela
politização dos jovens, pela qualidade da educação, por direitos para a
juventude.
Infelizmente as atividades em nossa sede nunca puderam ser retomadas e,
em 11/04/2006, a CMNP doa o terreno para o Ministério Público para
instalar no local Promotorias Especializadas. Desde lá a sede esteve
abandonada, sem manutenção, muitas vezes servindo de abrigos homens e
mulheres de rua com suas crianças até mesmo de colo, marginalizados,
jogados ao vício e ao furto.
Reconhecendo este problema, por inúmeras vezes estudantes entraram no
terreno, conversavarm com os que lá habitavam para que buscassem um
abrigo, limparam os terreno, retiraram o mato, pintaram, mas
infelizmente não puderam utilizar os espaço por pertencer legalmente ao
Ministério Público. Desde 2010 estamos negociando com promotores do MP a
volta do espaço para a UMES, mas não chegamos a nenhum resultado
satisfatório.
Em 2013 a UMES lançou a campanha #CompartilhaMP, onde colheu assinaturas
de personilidades de renome na sociedade que defendem nossa causa,
porém a resposta do Ministério Público manteve-se contrária.
No começo deste ano, um vizinho da sede da UMES, cansado com o descaso
do terreno, resolveu que ele mesmo o reformaria, e assim fez. Agora a
sede, negligenciada pelo Ministério Público, tem novamente condições
salubres e estruturais para uso. Vale lembrar que a reforma NÃO foi
feita pelo MP.
A UMES, tem por direito ter sua Sede, tirada pela Ditatura, novamente
habitada pelo Movimento Estudantil de vanguarda que sempre esteve a
frente de seu tempo e impulsionou os avanços na Educação e na formação
dos Jovens de Maringá e do Brasil.
Visamos, com posse do terreno, garantir à juventude Maringaense um
espaço destinado a atividades culturais, debates políticos, encontros do
Movimento Estudantil, assim como disponibilizar no espaços cursos,
livros, acesso à internet. Além disso, com posse da sede, fortalecer a
identidade dos estudantes como parte de um todo, contrapondo a tendência
individualista da sociedade.
Por último a UMES sabe que toda a sociedade civil reconhece aquele
terreno e prédio como sendo da UMES, e entendemos que é de dever de todo
poder público e sociedade ajudar a UMES a reestabelecer sua sede e
sentir orgulho de ver um espaço ocupado novamente pelo Movimento
Estudantil. Nos arquivos do poder Legislativo, constam 6 leis que
reconhecem a existência da UMES, algumas delas afirmando que o terreno
pertence à UMES:
1. Lei 108/1958 – Concessão de subvenção mensal para a UMES;
2. Lei 10/1959 – Declara a UMES utilidade pública da Cidade;
3. Lei 4167/1996 – Autoriza o Poder Executivo a conceder isenção do recolhimento dos impostos municipais da UMES;
4. Lei 4575/1998 – Dispõe sobre identidade estudantil;
5. Lei 5114/2000 – Autoriza o tombamento do prédio da UMES;
6. Lei 5092/2000 – Autoriza a doação de pedras britadas a UMES;
A UMES vive, está presente nos colégios e continuará a ser vanguarda nas
transformações sociais e melhorias na educação de Maringá e do Brasil.
Esperamos em em breve tenhamos novamente nossa sede como um espaço para
os estudantes, algo tão raro ultimamente.
União Maringanse de Estudantes Secundaristas